quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Processo de adaptação


"O que está em jogo é o compromisso em transformar os sentimentos de angústia presentes neste momento em segurança e afeto" 
(Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. )


Pensar no período de adaptação costuma deixar as famílias sempre muito ansiosas. Será que meu filho vai chorar? E como será sua alimentação? O ambiente é seguro? Para diminuir um pouco essa ansiedade e ajudar essas famílias a sentirem-se mais seguras neste momento é que existe um período no qual todos podem participar das atividades, conhecer o ambiente, tirar dúvidas com professoras, enfim, estreitar laços que serão valiosos durante todo o ano. O foco principal depois que o bebê completa 1 ano, é fazer com que se acostume à ausência dos responsáveis. Por isso, é necessário alternar momentos em que os familiares estejam próximos e distantes da criança. Nessa idade, a criança começa a estranhar quem não conhece e estabelece vínculos com alguns adultos. Faz parte do processo, então, manter os rostos conhecidos ao alcance da visão do pequeno. A separação é feita aos poucos, intercalando momentos de aproximação e de ausência, até que a criança se acostume à rotina no CEI. O choro nos momentos iniciais da separação é normal e deve passar logo, à medida que a criança percebe que é acolhida e compreendida. Caso o berreiro persista, isso pode ser sinal de insegurança.

Não é somente o seu filho que precisará passar por adaptação. Você também terá uma fase de integração com os novos pais e professores   é importante estabelecer esse vínculo logo no início. Participe das atividades propostas pelo CEI. Caso o seu filho ainda não ande, passe-o para o colo da professora com um beijo, mas sem muita "enrolação", pois o bebê também sente a sua insegurança. 
  •  Rotina: conhecer os horários do CEI é uma boa opção para começar a acostumar seu filho à nova rotina. O horário das refeições e do soninho podem começar a fazer parte do dia-a-dia da criança ainda nas férias. Quando a criança iniciar a frequência não vai estranhar os horários;
  •  Amamentação (se a criança ainda mama, no peito): não é necessário fazer o "desmame" uma boa dica, é adequar o horário das mamadas a rotina do CEI, respeitando os horários, uma vez que a criança já faz uma alimentação (sólida) adequada, pode ser oferecido nos horários onde a mesma estará em casa com a mãe, é importante que isso aconteça antes do início das aulas;
  •  Chupeta e mamadeira: as turminhas de Berçário II utilizam os chamados copinhos de transição, portanto, não farão uso de mamadeira. Se houver a possibilidade, introduza esse tipo de copo, intercalando com o uso da mamadeira em casa. Aos poucos vá aumentando a quantidade de vezes que a criança o usa e permita que desenvolva autonomia durante o seu uso, bebendo o seu leite ou suco sozinha.
  • Objetos de apego/transição: as crianças costumam usar fraldinhas ou outro tipo de objeto durante o sono. Deixe que seu filho escolha um destes objetos para levar ao CEI. Vai trazer segurança e aconchego para ele.
E para iniciar este ano, que tal começar a preparar seu filho para este período? 
Veja algumas dicas que vão contribuir muito para uma adaptação mais tranquila.

1. Respeite o tempo da criança  
Em alguns casos eles choram para tentar ir embora, mas gradativamente, ficam tranquilos e se distraem brincando.

3. Busque na escola uma parceria
Converse com as educadoras, o diálogo é um grande aliado.

4. Coloque-se no lugar da criança
Imagine-se em um lugar diferente onde não há ninguém conhecido por perto. O que a deixaria insegura? 

5. Mantenha o diálogo
Não importa a idade do seu filho: explique a ele tudo o que está acontecendo. Não, você não precisa se desculpar ou lamentar por deixá-lo no CEI. Diga a importância dessa nova fase para vocês dois e que logo estará de volta para ficarem juntinhos novamente. Não minta, não invente desculpas.
Cada criança é única e possui suas individualidades, por isso o processo de adaptação é um desafio constante, pois cada criança demonstra suas características e necessidades.

Sabemos que o tipo de adaptação mais adequado varia muito de criança para criança, segundo suas características afetivo-emocionais e bastante em relação à idade da criança de ingresso na escola. Não havendo uma solução única para todos os casos. A adaptação é um período de aprendizagem. Família, escola e criança descobrem sobre convívio, segurança, ritmos e exploração de novos ambientes, entre tantas outras coisas. Até porque, como nos diz Leonardo Boff (2007) citado por Corrêa (2008, p. 2), "a estrutura de base do ser humano não é a razão, mas o afeto e a sensibilidade".



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