"O que está em jogo é o compromisso em transformar os sentimentos de angústia presentes neste momento em segurança e afeto"
(Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. )
Pensar
no período de adaptação costuma deixar as famílias sempre muito ansiosas. Será
que meu filho vai chorar? E como será sua alimentação? O ambiente é seguro?
Para diminuir um pouco essa ansiedade e ajudar essas famílias a sentirem-se
mais seguras neste momento é que existe um período no qual todos podem
participar das atividades, conhecer o ambiente, tirar dúvidas com professoras,
enfim, estreitar laços que serão valiosos durante todo o ano. O foco principal depois que o bebê
completa 1 ano, é fazer com que se acostume à ausência dos responsáveis. Por
isso, é necessário alternar momentos em que os familiares estejam próximos e
distantes da criança. Nessa idade, a criança começa a estranhar quem não
conhece e estabelece vínculos com alguns adultos. Faz parte do processo, então,
manter os rostos conhecidos ao alcance da visão do pequeno. A separação é feita
aos poucos, intercalando momentos de aproximação e de ausência, até que a
criança se acostume à rotina no CEI. O choro nos momentos iniciais
da separação é normal e deve passar logo, à medida que a criança percebe que é
acolhida e compreendida. Caso o berreiro persista, isso pode ser sinal de
insegurança.
Não é somente o seu filho que precisará passar por adaptação. Você também terá uma fase de integração com os novos pais e professores é importante estabelecer esse vínculo logo no início. Participe das atividades propostas pelo CEI. Caso o seu filho ainda não ande, passe-o para o colo da professora com um beijo, mas sem muita "enrolação", pois o bebê também sente a sua insegurança.
- Rotina:
conhecer os horários do CEI é uma boa opção para começar a acostumar seu
filho à nova rotina. O horário das refeições e do soninho podem começar a
fazer parte do dia-a-dia da criança ainda nas férias. Quando a criança
iniciar a frequência não vai estranhar os horários;
- Amamentação
(se a criança ainda mama, no peito): não é necessário fazer o
"desmame" uma boa dica, é adequar o horário das mamadas a rotina
do CEI, respeitando os horários, uma vez que a criança já faz uma
alimentação (sólida) adequada, pode ser oferecido nos horários onde a
mesma estará em casa com a mãe, é importante que isso aconteça antes do
início das aulas;
- Chupeta
e mamadeira: as turminhas de Berçário II utilizam os chamados copinhos de
transição, portanto, não farão uso de mamadeira. Se houver a
possibilidade, introduza esse tipo de copo, intercalando com o uso da
mamadeira em casa. Aos poucos vá aumentando a quantidade de vezes que a
criança o usa e permita que desenvolva autonomia durante o seu uso,
bebendo o seu leite ou suco sozinha.
- Objetos de
apego/transição: as crianças costumam usar fraldinhas ou outro tipo de
objeto durante o sono. Deixe que seu filho escolha um destes objetos para
levar ao CEI. Vai trazer segurança e aconchego para ele.
E
para iniciar este ano, que tal começar a preparar seu filho para este
período?
Veja
algumas dicas que vão contribuir muito para uma adaptação mais tranquila.
1.
Respeite o tempo da criança
Em alguns casos eles choram
para tentar ir embora, mas gradativamente, ficam tranquilos e se distraem
brincando.
3.
Busque na escola uma parceria
Converse com as educadoras,
o diálogo é um grande aliado.
4. Coloque-se no lugar da criança
Imagine-se em um lugar
diferente onde não há ninguém conhecido por perto. O que a deixaria
insegura?
5. Mantenha o diálogo
Não importa a idade do seu
filho: explique a ele tudo o que está acontecendo. Não, você não precisa se
desculpar ou lamentar por deixá-lo no CEI. Diga a importância dessa nova fase
para vocês dois e que logo estará de volta para ficarem juntinhos novamente.
Não minta, não invente desculpas.
Cada criança é única e
possui suas individualidades, por isso o processo de adaptação é um desafio
constante, pois cada criança demonstra suas características e necessidades.
Sabemos
que o tipo de adaptação mais adequado varia muito de criança para criança,
segundo suas características afetivo-emocionais e bastante em relação à idade
da criança de ingresso na escola. Não havendo uma solução única para todos os
casos. A adaptação é um período de aprendizagem. Família, escola e criança
descobrem sobre convívio, segurança, ritmos e exploração de novos ambientes,
entre tantas outras coisas. Até porque, como nos diz Leonardo Boff (2007)
citado por Corrêa (2008, p. 2), "a estrutura de base do ser humano
não é a razão, mas o afeto e a sensibilidade".
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